Sétimo Céu

Postado por NaNa Caê terça-feira, 12 de abril de 2011 11:01:00

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Digo que vou dormir, não consigo. Lembro da conversa de dois minutos atrás. Relembro o diálogo que quase criei em minha mente, que evitei falar. E então fico rindo, enquanto você pensa que diz tolices, engulo minhas babaquices de amor. Fico segurando, lutando pra não soltar nenhuma muito grande, exagerada. Desligo o telefone, corro pra primeira folha que encontro pela frente, vomito as palavras em cima do papel.

Fico por horas escrevendo, como se eu me perdesse em um dia muito longo com você, igual ás nossas constantes conversas que levam horas. Você sempre fica calada em minha cabeça, inverto os costumes, dessa vez sou eu quem falo, e digo verdades demais, esperanças demais, promessas as quais eu queria muito conseguir cumprir. E elas não acontecem por que simplesmente sequer existem, não saem da minha cabeça, no máximo escorrem da caneta.

Me desculpe, eu sei, não preciso que jogue isso um dia nas minhas costas, sim, nas costas, na cara não, não imagino você sendo assim tão bruta, e se fosse minutos depois me pediria perdão, ofereceria alguns beijos acompanhados talvez de chá, melhor se fosse capuccino, mas eu aceitaria toda feliz até água quente de você.

Tento compreender qual foi o momento em que eu disse pra você ir embora, porque me desculpe, mas não consigo lembrar disso. Só tenho em minha cabeça os poemas que te escrevi, não que você os tenha lido, não que fosse necessário mostrar algum, não, eles ficam mais sinceros apenas salvos no meu rascunho do celular.

Então torço para que me roubem o celular, que levem esses poemas e junto o seu número. Que essa dor passe para quem quiser se interessar em sofrer esses desajustes sentimentais. É, são desajustes, eu me forço a assumir isso, a aceitar, tenho que pensar que são problemas, que por me fazerem sentir insegura não são nada legais pra minha vida, pro meu desenvolvimento físico e mental.

Mas então me manda uma mensagem, bastante vaga, às vezes apenas dizendo que nela nem existe um conteúdo ao certo, algo a se dizer de profundo, apenas um pedido, que eu não me esqueça de você. Eu sorrio, te ligo, escrevo enquanto escuto sua voz, não que eu não preste atenção em nossas conversas, por favor, não pense assim, não comece com o seu pessimismo, fico escrevendo o que ainda não falo, por enquanto, amanhã talvez eu diga, quem sabe.

Tudo o que nego, não esqueço, está em meu caderno, o chamo de sétimo céu, idiota, infantil, entretanto você está por completo ali, não é um moleskine burguês como o seu, composto por metáforas sobre gatos em gavetas, mas lembra um tilibra, pequenininho com bastante amor, porém sem capa devo confessar.

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[ouvindo: cocorosie - lyla]

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Comments (9)

Você é uma das pessoas mais interessantes que eu já cheguei a conhecer de longe. Você é inteligente e lida bem com o seu lado irracional. Estou te admirando profundamente neste momento. Parabéns.

é, exatamente assim...

Você não tem noção o tanto que eu admiro seu blog, suas postagens exprimem tudo o que sinto e que não consigo falar ou escrever como você. Esse post em especial resumiu meu dia ontem e é incrível poder ler algo nesse nível. Sério, isso é mais que talento... :)

Pensei em escrever algo para elogiar, mas me faltou uma palavra..ou palavras, sei lá....Parabéns!

Simpatizei com o título e adorei a sinceridade.
Até!

MUUUUUUUUITO FODA CARALHO !!!

Divinamente perfeita

Li isso imaginando se era assim que a garota por quem me apaixonei se sentia, ela escrevia as mais lindas poesias sobre a gente sentada do meu lado, mas nunca, nunca se declarava olhando pra mim, era estranho, sabe, como se eu tivesse qe me convencer de que ela gostava de mim e não da ideia de estarmos juntas.

Nesse momento estou admirando seu talento, estou atordoada diante de tudo que voce mostra ser capaz de fazer, parabens mais uma vez!

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