A Falta Que Deixa Feliz

Postado por NaNa Caê sábado, 30 de janeiro de 2010 01:23:00

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Você sabe que todas as pessoas possuem defeitos, ou pelo menos as que você se envolveu sempre tinham algum pra te aporrinhar.

Era o jeito ridículo de pentear o cabelo, os excessos de gírias, ou a total falta delas deixando o ambiente com um grande peso formal. Era o perfume muito doce ou a personalidade amarga demais. Os pais que te odiavam, ou aqueles que não calavam a boca um minuto sequer.

Então você para, olha, analisa, por que sim você ainda não perdeu essa mania horrorosa de analisar. E pela única vez, em uma única pessoa, você não vê nada.

E são inúmeros os momentos em que você deseja por tanto, pede tanto, que quando não há nada você acha estranho, nem pensa em agradecer.

Então, obrigada.

Nunca imaginei que fosse ficar assim por uma inexistência. Por que falta sempre foi tão, mas tão sinônimo de dor que parece até meio sem sentido isso.

E você ainda vira e diz que tem mania de falar “hello stranger”, reclama pra que seja colocado espaço entre as palavras.

É de rir, rir mesmo.

Eam. Estou feliz.

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[Ouvindo: Little Joy - Keep Me In Mind ]

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Ódio do Leibniz

Postado por NaNa Caê sexta-feira, 29 de janeiro de 2010 09:33:00

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Eu tentei explicar pra ela como funciona o processo de surto. Não o teu, ou do cara louco ali da esquina. É. Por que quando se fala em surtos sempre são remetidos a loucura. Mas não. Nem sempre as coisas funcionam assim. Pelo menos aqui, nesse caso, agora, não.

Quando você é forçado a desenvolver, criar, achar uma solução de modo rápido em pouco tempo você surta. Tente acompanhar o raciocínio. O raciocínio que pra você pode parecer não ter nenhum pingo de razão ou lógica. E sim, pra mim tudo vai seguindo a bosta da lógica. Não que eu ache a lógica em si uma bosta, mas é por que ela tem uma tremenda mania de foder com minha mente. E não, eu também não sou uma seguidora abusada do Platão ou do Leibniz com aquela sua lógica moderna que particularmente eu acho um porre. Não mesmo.

Está bem. Voltando ao surto. Você é forçada a tomar alguma decisão. Não que alguém te pegue pelo colarinho, te leve a força para o banheiro, enfie sua cabeça na privada sem parar, freneticamente e fique gritando “se decida, se decida logo sua filha da puta, senão vou te fazer comer merda!!”. Não. Definitivamente, não!

Mas é a própria situação e o tempo que age no papel de te pressionar a tomar a tal decisão. E quando isso acontece. Repito: Comigo!! Por que vai que alguém pensa “essa guria é louca, isso nunca acontece comigo, isso na verdade não deve acontecer basicamente com ninguém”.
Então, quando isso acontece a mente muda de ritmo, acelera e então surge o tal surto. Surto então seria a pressa? Um cara correndo pra não perder um ônibus seria um surto? Eam. De certo modo sim. Um surto, digamos que estranhamente encaixado numa exemplificação mais que idiota, mas sim. Ta. Vamos fingir que seria um surto também.

Enfim, e depois disso tudo, sim, ainda tem o depois, veja só que merda não? Pois é, depois, há o pós, oh, que inteligência da minha parte criar essa colocação. Bem profunda mesmo. Mas é sério, vem o pós.

E não há nada pior do que o pós-surto, por que surgem as conclusões. E meu deus, por que diabos nesse momento o pé vai mais fundo no acelerador? A mente corre mais ainda! Você ri, sim, ri por que se lembra que um dia antes chorou desesperadamente. E aquilo agora parece tão ridículo não? As coisas parecem tão simples nesse momento.

Considere isso um pós-surto. Desculpa aê.

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[Ouvindo: Mallu Magalhães - A Risk to Take]

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E-mail Fracassado

Postado por NaNa Caê terça-feira, 26 de janeiro de 2010 10:14:00

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Pensei muito numa frase que você me disse ontem, aquela hora a noite na porta da minha casa:

"Eu estou perguntando o que você quer e não onde você deseja estar"

Nunca tinha parado pra compreender essa distinção de termos. A diferença do querer ter e do estar. E sim, minha vontade sempre continuará a mesma, a não ser que eu mude muito.
E sim, sou realmente uma pessoa capitalista, gananciosa, consumista e bla bla bla
Quero o dinheiro.

Preciso aceitar que o melhor pra mim é montar minha vida aqui. E eu uso esse termo "montar" por que tudo sempre pareceu um enorme quebra cabeça em que eu tinha que parar pra pegar peça por peça, tocar, analisar. E todos sempre falavam que eu era a pura indecisão, como se minha alma fosse confusa, mas não amigo. Acho que o problema é que penso demais e logo tenho trilhares de soluções.

E sei lá ..acho que só agora que eu estou aprendendo que as peças desse jogo podem mudar de posição, serem viradas de modo diferente, 360º.

Sim, quero o dinheiro. Quero minha agência aqui. Não, eu sei que aqui não é Goiânia, muito menos Curitiba ou Floripa . Não, nem tudo realmente é fácil como desejamos que fosse.

Preciso deixar de ser flexível com minha carreira, eu nem diria carreira, mas sim com o dinheiro, por que ela, a carreira sempre foi muito pré-definida, totalmente delimitada: escrever.
Seja escrever livros, poemas idiotas, propagandas maçantes ...
Mas sempre escrever.

E talvez eu devesse agradecer por isso, por toda essa pré-definição do que eu farei da minha vida inteira. Por que quantas são as pessoas que não sabem que rumo tomar? Não é mesmo? E eu do que estou reclamando? Eu sempre soube, desde pequena.
Estou reclamando de barriga cheia, estou reclamando por ter várias opções pra minha vida.
E eu não digo várias opções diferentes do estilo oi eu quero ser médica ou arquiteta. Não mesmo. Digo várias opções em uma única vertente. A escrita.

Fodam-se as pessoas que querem me dar segurança. Não quero segurança. Talvez se eu gritar que eu gosto de correr riscos eles me entendam, ou me amarrem em uma camisa de forças e me levem embora. Que ela seja bem apertada então, se possível de aço por que com a vontade e força que possuo agora para ficar, tudo pareceria frágil demais para me deter.

Pela primeira vez na vida eu possuo certeza do que quero.
Pela primeira vez na vida a pergunta correta foi feita "o que você quer e não onde você deseja estar..."
E pela primeira vez também, simultaneamente há a resposta correta.
Não de primeira, não com impulso, por que pensei muito, por que me martirizei mais ainda.

E a resposta é: quero dinheiro.
Onde ele está? No inferno? Então vou lá, me vende uma passagem sem conexões, aquela que vai direto, a mais rápida, por favor? Por que odeio esperar. Aluga-me um quartinho lá nesse lugar? Mas com ar condicionado, nunca fui muito fã de calor.

Não é apenas a paixão que me prende por inteira, por que sim, eu confesso, sou uma pessoa por completo de sentimentos. Basta apenas saber me decifrar, se no momento é amor ou ódio. E em mim eles sempre me perturbam tanto não é?

Mas é isso amigo, eu quero dinheiro.
E vou tê-lo aqui. Custe o que custar.

E a metáfora correta não era realmente “quero ser o melhor peixe do oceano, e não o único peixe bom do aquário”

Muito menos a corrigida por você, “quero ser um tubarão no oceano e não apenas um peixe palhaço no aquário.”

O que eu quero é ser um pássaro. Sim, quero me tornar o pássaro azul que o B. falava.
Sim, o pequeno bluebird que ele aprisionava no peito e o deixava sair só a noite, eu nem quero o liberar, quero mesmo é sê-lo.

Que de dentro de mim ele vá crescendo e me transformando. Não tenho mais medo de ser boa.

Mesmo que com isso taquem pedras em mim. Sei lá ...

Eu aprendo a desviar, a voar mais alto se preciso

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Para entender leia o poema BLUEBIRD do BUKOWSKI

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[Ouvindo: Pj Harvey - We Float]

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Deixe-me Monologar Informalmente Tá ?!

Postado por NaNa Caê sexta-feira, 22 de janeiro de 2010 17:41:00

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Não sei cara, mas prefiro ficar. Acho que sou louca demais pra viver em um lugar onde a correria seja acima da daqui.

Não sei cara, mas quero paz, não como Los Hermanos cantou, mas quero do meu jeito, paz com outro conceito. Um emprego basta, não quero mais dois, preciso de tardes lentas pra eu voltar a escrever.E essa faculdade tolerei por dois anos, mais alguns acho que nem faz mal.

Não sei rapaz, mas talvez minha cabeça só funcione aqui. Não quero todas as festas prometidas na antiga capital, quero ser monótona, quero amar de modo unilateral .

Mas diz aí, me ajuda. Me explica, isso é insanidade ou mudança?

Não, nem me fale em mudar. Não quero. Está decidido. Eu preciso parar. Quietar num sossego que nunca em mim realmente existiu.

É velhice? Crendice de terceira idade mental?
Não sei rapaz.

Apenas sinto que já não penso mais em partir

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[Ouvindo: Radiohead - High and Dry]

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Chuva de Molhar Boba

Postado por NaNa Caê quarta-feira, 20 de janeiro de 2010 21:48:00

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Meu deus como ela é boba

Isso por que o adjetivo foi usado
Insistido
Repetido
Sabe-se lá quantas vezes
Em apenas duas semanas

E ela nunca acreditou

Foi preciso que a chuva caísse
Despencasse
Atingisse sua cabeça
Encharcasse as roupas
Amarrotasse o coração

Sim
Agora ela respinga
Treme
Espirra
Arrepia
Mas enxerga
Aceita
Toda cabisbaixa

Quanta bobeira em uma vil pagã ...

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[Ouvindo: Radiohead - My Iron Lung]

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Quanto Ainda Para as 2:00 ?!

Postado por NaNa Caê 08:32:00

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"As horas não passam
O tempo me odeia e testa meu limite
porque sabe que é recíproco."
(Verônica H.)

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Quem parou o relógio?
Agora estressei
A manhã não passa
Os minutos parecem ainda dormir

Levante rapaz!
Não desista
Gire os ponteiros
Bote as horas pra correr com a própria mão

Não consigo
Não me movo
Também me tornei estático
Não vejo solução

O que é isso garoto!?
Reanima!
Ficou louco?
Biruta da vida?
Ainda existe salvação

Mentalize
Exercite
Há uma saída
Corra
Fuja com sua imaginação

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[Ouvindo: Radiohead – Nice Dream]

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Troque de Canção

Postado por NaNa Caê terça-feira, 19 de janeiro de 2010 11:31:00

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Eu já te conhecia
Desde o início
Mas tive que fingir que não

Eu já te lia
Desde o princípio
A primeira foto
Nos primeiros sorrisos
Entre as poucas palavras
Sentada no bar

Eu te esgueirei como quem nada queria
Mas tudo pedia
Você não acreditou

Eu te segui debulhando frente aos teus olhos
Turbilhões de pensamentos
Nenhum poderia ser visto como bom

Eu me apaixonei pelas tuas concordâncias
Uhuns e ahans
Não havia muito o que ser debatido
Por que anteriormente eu já entendia
Compreendia suas pausas
E constantes reflexões

E agora
Depois de todo esse delito
Eu deito
Fecho os olhos
Abraço o travesseiro
Penso que preciso dormir
Mas em minha mente só vem você

Lady que me perdoe
Mas não encontro encaixe para o ruim

Já não concordo tanto assim com sua canção

Just Romance Please

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[Ouvindo: Lady Gaga - Bad Romance]

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Insone

Postado por NaNa Caê 10:56:00

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É forte o gosto onírico
Da sensação que surge
Quando você passa dias sem de noite dormir

O pensamento que parece mais facilmente fluir
Faz é se misturar com a fantasia
E assim você desenfreadamente sonha
Não acordado
Mas como Poe já havia falado
Sonha dentro de um outro sonho qualquer

Por que agora
Aqui
Nada mais parece ser realidade

Não nessa cadeira
Não nessa sala
Não dentro dessa cabeça

- Sim, mais café por favor

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[Ouvindo: Radiohead – The Bends]

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De Mula Para Asno

Postado por NaNa Caê 10:21:00

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Se procura ética e moral
Saia já pela porta dos fundos
Nunca pela da frente
Ou pulando janelas
Levando como escudo jornais
E caixas de papelão

Erga a cabeça seu asno
Você consegue ser melhor do que isso aí
Se defenda de forma mais agressiva
Planeje minuciosamente suas brigas
Mate logo quem tentar lhe agredir


Nessa casa as normas são diferentes
Sinto-lhe informar
O essencial implica-se em não obedecer

Eu não refiro a mim
Ou a você
Mas ao consensual

Não que eu tenha separado o mundo inteiro
Um por um
Em grupos legendados
Por plaquetas de madeira
Escritas em letra grande
De branco e lilás

Não que eu tenha parado pra contar nos dedos
Os que estão por dentro
E os bilhares que fingem estar de fora
Possuo apenas duas mãos
E pés nesse momento
Mesmo se emprestados
Sinceramente de nada supririam

Se deseja apenas a bondade e o amor ao próximo
Corra já para a igreja mais próxima

Não que eu goste de padres
Que isso fique bem claro
Apenas de freiras
E olha que elas nessa vida
Nunca foram tão amigáveis assim


Não que eu tenha as testado
Traçado perfeitamente seus perfis
Nunca me deram essa permissão

Malditas!

Podia ter aprendido tanto ...

Apenas devo então a essas estranhas mulheres
Uma parte da infernal educação
Sim
Justamente
Isso mesmo

Da mula que insiste em vos falar aqui

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[Ouvindo: Radiohead – Just]

(pois é, voltei a ser uma viciada em radiohead)

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Pronto. Ponto

Postado por NaNa Caê domingo, 17 de janeiro de 2010 23:04:00

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É na leveza do sentir que me torno feliz

Não são as palavras ditas
Com a reconfortante sinceridade
E muito menos os sorrisos
Que insistem em reagir

A conversa rápida e engraçada
No corredor longo e quase escuro
Cumpre o papel de pontuar

Não com reticências
Ou interrogações
Apenas um pingo
Pequeno e solitário

Um determinado e belo ponto final

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[Ouvindo: Radiohead - High and Dry ]

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No Quarto Mobiliado

Postado por NaNa Caê 22:42:00

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Hoje talvez tenha sido o último dia

Não sei se foi pelo modo como caminhamos
Ou corremos na chuva
Você gritando
Pra eu subir logo em suas costas
Salvar meus pés

Fomos pra sua casa
Lavei o rosto
Lavei as lágrimas também
Você não viu

Por fim
Deitamos

Ouvimos os ecos
Abafados
De Anouk
Batendo em nossos peitos
Rasgando todo o quarto

Comi então o sanduíche

Fingi estar tudo bem
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[Ouvindo: Anouk - Nobody´s Wife]

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Alvana

Postado por NaNa Caê 22:21:00

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Três meses
De sol
Chuva
E muito vento na cara

O vizinho estranho foi apresentado
O álcool
A nicotina
E o amor

Pudins e batatas
Constantes figurantes dessa relação
Filmes e músicas
Inovando sempre a discussão

O parque foi prometido
Mas não visitado
E ela agora sentada na poltrona chora

Saudade dos dias de Alvana

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[Ouvindo: Radiohead - Planet Telex]

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Tragédia de Esquerda

Postado por NaNa Caê quarta-feira, 13 de janeiro de 2010 21:14:00

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- Canudos específicos por favor !

- Por que?

- As cores podem ser perigosas

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[Ouvindo: The Kills - Last Day of Magic]

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Talvez o Único Corrido

Postado por NaNa Caê 20:17:00

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Acabei de assistir a um filme que eu estava enrolando para assisti-lo durante essa semana. E a única conclusão que cheguei foi: filmes deveriam ser proibidos. Por que muitos acabam nos fazendo pensar em coisas que de certo modo evitamos, seja pra nos proteger, ou sei lá, por que talvez nós já conheçamos essa tal sensação e no fim, no fim mesmo, literalmente quando acabam, elas não nos fazem bem.

Não falarei o nome do filme. Pelo menos não hoje, não agora, ser explicita nesse segundo talvez não seja o melhor.

Estou sentada no meio da grama, tudo escuro. Decidi que fumaria a carteira inteira, mas não consegui como de costume quando tenho surtos. Estranhamente parei no maldito terceiro cigarro. Não por consciência de que eu não deva fumar tanto, que nicotina faz mal, vicia. Não. Mas sim por que descobri a tempo que isso aqui não é um surto. Como em outros ímpares e escassos momentos isso aqui é a sinceridade.

Sentimentos. Tudo é sentimento. Sejam bons ou ruins, tudo se resume ao sentir. Ninguém consegue ser insensível, frio por completo. Nem mesmo eu.

Paro pra pensar, tento contar quantas vezes já chorei, quantas vezes fiquei péssima por que outros choravam por mim. Não por educação, não por que era condizente, não por que eu precisava passar uma imagem do estilo oi sinto pena de você. Mas quantas vezes eu já chorei por que o outro se importava mais do que devia por mim? Todos esses choros foram sinceros, não seguiram a teoria da ação e reação ou do fluxo Maria vai com as outras. Eu chorei por que doía ver que sabiam chorar, que conseguiam de fato arrancar água salgada dos olhos por mim. E não brotava lógica em minha cabeça, pessoas se importando sinceramente comigo, com o que eu sou.

Quero deixar o choro de lado, como diria Young (se não me engano) eu gosto da chuva por que ela me poupa de chorar, teoricamente ela poupa, na verdade ela faz é simplificar, esconder, disfarçar aquilo que vai dissolvendo na água que cai do céu.

E continuando com Young, disfarces esgotam a pele, vamos fingir então que somos realmente, completamente superficialistas e que pensamos apenas em nosso rostinho bonito, cutes e blá blá blá.

Quando você se depara com uma pessoa que mais parece um espelho e ela o faz refletir de imediato sobre seus erros isso acaba te enlouquecendo. Não enlouquecendo. Droga. Não é essa a palavra do encaixe perfeito aqui. Quando você vê uma verdade crua demais ela te incomoda. Então é isso. Incômodo do cru .

Até que ponto você deve assistir a merda de um filme e perceber que o seu egoísmo não é único, mas também não é nem um pingo bem vindo, não é aceitável ao lado da felicidade? E felicidade é tão simples. O egoísta não.

Até que ponto você pode fugir de decisões apenas para não sobrecarregar as suas costas?
Sedentarismo fode com a gente. E a nicotina novamente fode também. Ela nos tira o fôlego.

E como agüentar caminhar um longo percurso, com tanto peso se a respiração em poucos minutos já se apresenta falha?

Quem sabe eu seja apenas uma falsa filha da puta que está fantasiando, criando todas essas situações e questões em minha cabeça.

Só pra ter mesmo o que falar, movimentar a boca diante do próximo

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[Ouvindo: Archive – Controlling Crowds ]

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Assumindo em Vez de Sumir

Postado por NaNa Caê 15:51:00

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Sim
Eu finjo
Minto
Excedo

E quando digo a verdade
Não acreditam

Ótimo
Que seja assim
Que ninguém enxergue
Distinga
A transparência do sentir

Entretanto
Enquanto isso
Paralelamente
Nada discretamente

Nesse caso
Diferentemente de todos outros
Prefiro assumir
Do que sumir


A máscara cinza foi abandonada no chão

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[Ouvindo: The Cardigans - You´re The Storm]

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Olá Narciso

Postado por NaNa Caê segunda-feira, 11 de janeiro de 2010 03:12:00

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Todo amor embrulhou seu estômago

No final das contas
Sempre te deu ânsia de vômito


Assobia
Levanta o braço
Pede a conta
Por que é sempre você que pede a conta
Não é?

Quando muito
Sugere o mesmo
No ouvido do outro
Só pra tirar o peso das costas.

E o coitado nem percebe
Na hora aceita
Depois se assusta
Quando o garçom aparece na mesa

E não há dinheiro
Cartão de crédito
Ou cheque
Que pague o seu preço

Por que nada te supre
Alimenta
Ou apetece

E você sempre pede
cobra alto demais

ah...

Vá caçar alguém parecido com você
Vá se esgueirar em becos
E ladeiras

Mude de cidade
Estado
Esqueça seu apelido
E volte a ser chamado pelo antigo nome

Quem sabe você não encontra um espelho?
O leva pra comer
Paga o jantar
E termina feliz na cama com ele

Santo narcisismo inocente de bar

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[Ouvindo: Radiohead - Karma Police]

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Little Red

Postado por NaNa Caê sexta-feira, 8 de janeiro de 2010 18:22:00

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Eu te contei
Sobre a evolução que deve ser quebrada
Exatamente o período onde parar

Novamente não percebeu a enumeração
Denominei até três
Do gostar
Até o amor
Passando antes pela paixão

Você não
Não corre
A lentidão é sua puta
Mas não se esconda

Você finge
Finge que não entende
Sagaz sua colaboração

Você tinge
Pinta o ar de vermelho
Mancha minha visão
Você quer arte
Mas cria em meus olhos esse borrão

Aprenda sobre as cores
Os jogos de luz
Perspectivas
E aquarelas
Molduras
e dimensão

Depois do dia 20
Volte
Minta
Me aceite
Me ensine
Invente

Por favor
Me explique


Prazer
A criança no meio disso sou eu

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[Ouvindo: The Cure - A Forest]

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